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terça-feira, 27 de abril de 2010

BOOK



Amigos, resolvi agradecer as minhas quase cinco mil visitas com este vídeo, que achei fantástico.

Assim... se por acaso aparecerem aqui por casa e eu não estiver, já sabem....a porta está aberta, não precisam bater...entrem, sentem-se e peguem numa qualquer história que escrevi para mim e para vocês e leiam... Logo, logo estarei de volta...Um beijo enorme para todos os que me visitam e o desejo de que amem os livros, as letras e as palavras tanto quanto eu.

PS: ... é absolutamente inovador o Manual de Instruções que aqui vos deixo à disposição, uma descoberta  BRILHANTE...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

... pontos protagonistas ...


De tear na mão, cansada de tentar aprender a fazer, ora ponto cruz, ora ponto pé de flor, nesta tarde de sol sentada na varanda da minha casa amarela... e depois de várias tentativas, para conseguir o ponto de rebuçado para o pudim do jantar, que quase me levou ao ponto de cometer uma loucura, porque estas coisas da culinária nunca foram o meu forte… adiei, sem culpa aquela tarefa...

...voltei às minhas práticas mais recentes...e, fui ver o que se passava do outro lado do mundo, fiz uma pausa e ingressei na blogosfera...

Penetrei no Google,... o ponto de partida, foi uma "investigação" divertida sobre “pontos”, inspirada por uma amiga, a M…

...resolvi começar pelos pontos que me sugeriam mais curiosidade e que me eram menos vulgares... 

Principiei pela Numismática e apresentei-me aos pontos ocultos;… transitei pela Geometria e aprendi os pontos colineares;… em seguida, cursei pela Economia e encontrei-me com os pontos percentuais, ... insisti e fui até à Geografia, onde simplesmente indiquei os pontos cardeais e pensei, vou voltar à  (H)história, e revivi vários pontos turísticos…. não era nada disto que eu queria …

Procurava pontos quentes, pontos ardentes,... que celebrassem o sol da Primavera que pouco antes me tinha acalentado..., pontos fortes, entusiasmantes e inspiradores que me fizessem abandonar a insipidez dos primeiros pontos... desejava pontos de viragem, pontos de mudança, ... que me arrebatassem para outras paragens... Podiam até ser pontos fracos, mas tinham que ser pontos vitais,  que me e que vos presenteassem como a semente de uma dissertação interessante e proporcionassem a quem lia a oportunidade de conversas delirantes e fogosas, ...três pontinhos... Parecem insignificantes estes, pela alcunha, mas quando intitulados de reticências (o seu verdadeiro nome) nunca  ficam sem sentido nem significado… pelo contrário, concedem oportunidades a quem os escreve e a quem os lê… de ir, ir, ir até...onde ambicionarmos, ...sem fim...

Pesquisa após pesquisa, ponto após ponto, invadida por tantos pontos sem ordem aos safanões para que escrevesse sobre eles… e, eu, ainda sem ter assente, por que ponto ia nascer esta prosa,… permanecia perturbada, confusa e precisava rapidamente de fazer um ponto de ordem,...

…nessa altura sem esperar, à minha frente, depois de um ponto final, descubro atrás de um ponto verde, o ponto de interrogação abraçado ao ponto de exclamação,...ouvi dizer, que tinham combinado às escondidas de toda a pontuação, um ponto de encontro... parei a observar, não me denunciei...

Meu Deus, era emocionante vê-los, envolvidos de tal forma que não deram pela minha presença...

…as interrogações tinham desaparecido e as exclamações também, …misturavam os papéis, sobrepunham pontos …os pontos dos dois pontos, umas vezes estavam em cima, outras em baixo, outras vezes de cabeça para cima outras de cabeça para baixo, encaixados, enrolados, ...mas sempre pegados como se fossem um só e enredavam-se e tocavam em novos pontos, … ligados naquele instante, descobriam todos os pontos um do outro, os fracos, os fortes, os A’s, os B’s, os C’s e por aí adiante…

...Por fim, o Match Point, Balle de Match, Punto Decisivo, Matenball, Beslissend Punt… e, foram Numismática, Economia, Geografia e acabaram por fazer História ao mesmo tempo…

Foi nesta altura, em que ao fundo entrevia um ponto de luz, que finalmente preenchi a insatisfação e o vazio de até aqui, ...descobri, …um dia escrevo sobre eles, sobre os pontos erógenos…

Consumada a descoberta, o sol desaparecia, voltavam as nuvens e a chuva, …

Acabei, aninhada do sofá da sala a ver um filme de 1971, Vanishing Point, … ao meu lado, abandonado, estava o tear que não entendeu a importância do que ali se passara e no ar pairava ainda o cheiro a caramelo que cobria o pudim com prazer e lhe conferia uma cor sedutora.

...por ali me deixei ficar, matando o tempo, ...até que à memória acorreu uma imagem vulgar desta metáfora...
constatava que o amor às vezes, em tardes de sol, na praia se resumia ao compromisso de alguém que passava o tempo e espremer pontos negros nas costas de outro alguém, …que imagem sórdida

I know,... it’s just another one point of view…

terça-feira, 13 de abril de 2010

...Solo...



Sucedem-se os dias,...
uns atrás dos outros, sem descanso...
que me levam a Vida aos poucos... 

Ainda bem, que hoje são dias de Sol e de calor...
Não me importo que sejam os dias de Sol a roubar-me os minutos de Vida, de existência...

Estou na praia, "na minha praia".  Não quero “ninguém” ao pé de mim... a não ser o mar, o vento, o sol e um pássaro ou outro de passagem...sem delonga em demasia...

Procurei o lugar mais afastado para me aconchegar na areia,
onde não escutasse vozes...

onde não houvesse atropelos,
onde não se decepassem conversas, estados de alma, alegrias extemporâneas, pesadelos que dão lugar a outros, crenças sem fundamento, raciocínios que não passam de falácias, ideias arquitectadas e destruídas, vidas tristes, mortes, sacrifícios, penitências, obrigações, deveres e coacções...histórias de Terra.

Hoje,
quero apenas emergir, nesta paz de espírito e significar-me simplesmente...

Peguei no caderno que me olha inquieto e na caneta que sente falta do calor da minha mão e mergulho, escrevo… mais palavra, menos palavra, o que me apetece.... sem regras, sem trilho e sem compasso…sem disciplina
e, principalmente, sem amarras...

Lá longe, ouço o latir de um cão que se diverte...é um latir afável, onde se percebe a sua alegria e o entusiasmo por uma bola irrequieta e colorida...as suas patas sacrificam a areia por onde passa em pulos nervosos...e, eu ouço a areia a gemer. Ouço também sorrisos de crianças que chapinham na água, a tremer...e ouço ainda, a bola a queixar-se e a pedir para não ser nem ponta peada com tanta força, nem segura com tanta determinação pelos dentes do cão que se diverte...

Ouço os peixes, os pequenos que cursam a passo acelerado atrás da progenitora, seguidos do progenitor...

Ouço os búzios do mar, que se desfazem em perdões pelo que nunca fizeram, mas de que foram acusados. Incriminados, por alguém que lhes pegou e não conseguiu ouvir o mar que está dentro deles...

Ouço os voos picados das gaivotas que mergulham, para comer uma das crias dos peixes...ouço tudo... e finjo, que não ouço nada...

Aqui, ao perto, ouço-me apenas a mim....a respirar, pausadamente,...e ouço os meus pensamentos, aqueles que ninguém lê porque nunca foram escritos.

Ontem, foi dia de me ouvir, a mim...