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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nocturno - O romance de Chopin



...por Cristina Carvalho.

Acabei de ler este maravilhoso livro.

"De Zelazowa Wola a Varsóvia ou de como tenho saudades de não ter saudades"

sábado, 27 de novembro de 2010

Livre- arbítrio...



Drummond, estaria perdidamente apaixonado quando escreveu este poema...Que bom Drummond, que não sentes vergonha de dizer ao mundo, tudo o que sentes, a intensidade do que sentes...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010




Amanhã, vou ter o prazer de falar com este grande homem e escritor, pessoalmente. Apesar de haver amigos de amigos, família de amigos que nos estreitam os laços, nunca falamos senão via Internet. Um escritor que admiro como homem e que me leva para paragens tão distantes, fantásticas, mas também reais, onde a luta pela sobrevivência se fez corpo a corpo, onde os ideais de vida permanecem inalterados apesar da mudança dos tempos, onde as preocupações ambientais são uma constante.

O Velho que lia romances de amor; História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar; As rosas de Atacama: O mundo do fim do Mundo; Encontro de Amor Num País em Guerra; são alguns dos livros dele, que li. E, agora, Histórias daqui e dali.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vida morna...de Fernando Pessoa


 


Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances   que se perderam por medo,  nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.
Pergunto-me às vezes o que nos leva a viver uma vida morna.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos bons dia, quase sussurrados.
Sobra covardia e falta de coragem para ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio – termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco – íris em tons cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Preferir a derrota prévia à dúvida da vitoria é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão, para os fracassos, chance, para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma.
Cujo o fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando, que sonhando…
Fazendo que planeando…
Vivendo que esperando…
Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Fernando Pessoa


Obrigada Cristina pelo envio do poema fantástico, que não conhecia, bjinhos.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O ensaio...




Numa luta desigual, em que a vontade mental teima para que viva e a morte me quer levar, procuro desesperadamente uma enseada onde possa largar o meu corpo, aconchegado à terra e fazer livre de uma vez por todas a minha alma, que nunca aprendeu a viver de outra forma.

Sinto um curto-circuito interior que me arrepia, que me faz estremecer... e picadas ao de leve por todo o corpo, como se um formigueiro me atacasse e me corroesse por dentro, sem mágoa, sem pena de me ver partir. Perco as forças a cada dia, não consigo equilibrar o esqueleto, este pequeno conjunto de ossos que foram crescendo comigo e perdendo a esperança aos poucos de um dia viver hirto, em harmonia com a vida, onde as pessoas são felizes ao lado umas das outras, num país brilhante. Esse momento,  já passou e eu quase nem dei por ele. A curva é agora descendente.

Tenho medo de tropeçar, cair e desordenar a ordem...
Assisto de fora a um caos interior, lento, que sinto. O meu cérebro troça e não acompanha o desmoronar do corpo que me deram...

Acabei de fazer um acordo com a Vida. Morro agora e volto a nascer amanhã, num outro corpo "novinho em folha", forte e são, onde a energia dominará todas as minhas células e, em troca, prometo tomar conta dele muito melhor, que do primeiro que tive. Não terá vícios, terá consciência de que não é indestrutível, saber-se-à posicionar correctamente em cada momento, não exercerá esforços em excesso nem em defeito, e talvez assim o consiga convencer a viver eternamente, com o mesmo esplendor de quando alguém o trouxe ao mundo.

Dei cabo dele, gastei-o, abusei dele, fiz do meu corpo um carrasco, o meu próprio carrasco... por desconhecimento, por inocência e ingenuidade. Ao olhar para os demais seres vivos entendi-me em tudo melhor que eles. Mais inteligente, mais forte, mais tudo...

...e, o carrasco tomou conta de mim. Fui amarrada, chicoteada, apedrejada, taparam-me a boca, quase não respiro...apenas, um fio de ar me percorre as veias e não me deixa morrer no verdadeiro sentido da palavra...

Não aguento o que não quero, o que não gosto, não aguento mais nada...
 
Vou aconchegar-me aqui, nesta curvatura da costa, reentrância aberta na direcção do mar ladeada por dois promontórios. Fecho os olhos e vejo-o a ele, o mar e vejo-me a mim, a ir embora...

...
Antes de voltar de novo à vida, amanhã, explicam-me, que a minha existência anterior...
afinal,  não passava de um Ensaio...

...A vida só será plenamente vivida quando voltarmos pela segunda vez...Aí sim,... Vai começar o ESPECTÁCULO...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O tempo que o tempo tem...reflexão


 O tempo que o tempo tem...


O tempo tem tempo para tudo,
...nós não

O tempo tem tempo para nós,
para ele,
e ainda lhe sobra tempo para os outros,
...nós não

O tempo, gasta o seu tempo em tudo quanto leva tempo,
...nós não

Ao tempo sobeja até tempo
...a nós, não

Em que gastamos nós afinal o tempo??!!!
sem ser em tempo e no tempo que gastamos..

...gastamos o que não temos... tempo

tempo é espaço...

gastaremos nós o tempo e o espaço!!!!!!???

Estou sem tempo...

e sem espaço vos escrevo,
na esperança de que o meu tempo, substancie o gastar do meu próprio espaço

e, sem tempo, gasto o espaço que não tenho...

porque, não tenho tempo.



Penso:
"Esta utopia do progresso ininterrupto"
...abençoado tempo que gastei, em companhia da amizade. O espectáculo terminara, o teatro fechara as portas, o público todo tinha saído e nós sozinhas num cenário fantástico de vazio...trocavamos palavras perdidas, no teatro...pela noite fora.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Hoje sei, porque Sinto.


Lá longe, um dia, nasceu uma menina...

Com pele de recém-nascido, quero dizer suave, elástica e de coloração entre o rosa e o vermelho, consoante a ascendência racial que se trás, era feita de pele e osso, e cresceu aos olhos de todos quantos por ela passavam sem a ajuda de ninguém. Tinha uma casa enorme, a Rua, e que era sua. Vivia as maiores aventuras da sua vida, nessa casa grande.

Atravessou batalhas, protagonizou duelos, brincou aos cowbois, com carros e bonecas de corrida, plantou sonhos, sofreu desilusões, amou isto e aquilo e deixou de amar, mas não foi por isso que deixou de gostar daquela casa grande, onde tudo encontrava e tudo a encontrava a ela...

Ainda criança pequena, leu algures num livro qualquer deixado pelos avós maternos, uma história. Uma história de uma menina que tinha nascido lá longe, um dia, sem pele, ...o que a deixava perplexa. Não conseguia imaginar o corpo de um ser humano, sem ser revestido por pele.

Na história que o avô lhe lia todas as noites... e, que, de tanto a ouvir a fixou, sem nunca mais precisar de olhar para as letras impressas senão apenas para as imagens coloridas, todas as pessoas tinham pele, excepto aquela menina. A tez era determinada pela raça, as marcas eram determinadas pela vida, mas todas as pessoas tinham pele. Composta por três camadas de tecidos, Epiderme, Derme, Hipoderme, que correspondiam a cerca de dez a quinze por cento do seu peso corporal. 

A pele tem uma função determinante no corpo humano, é um revestimento que protege o organismo da entrada de substâncias nocivas e evita a evaporação excessiva de água, causadora da desidratação. A história que o meu avô me contava todas as noites era bonita, mas não se desprendia do princípio ao fim da fisionomia humana e dos aspectos científicos, nem do seu objectivo pedagógico. 

- Esta história não acaba bem - dizia. 

O meu avô, sempre que chegava ao fim do livro, continuava a história. Fechava o livro sobre o colo e continuava. Esta, era a parte que eu mais gostava. Era fantástico ver o brilho dos seus olhos e a certeza de me dar o melhor de si e do que a vida lhe tinha ensinado.  Para ele, aquela história devia continuar, porque havia outras caracteristicas muito importantes sobre a pele que eu devia aprender, convicção que hoje partilho, inteiramente. E, num tom grave, determinado e ao mais tempo carinhoso dizia: 

- Meu neto, A nossa pele, é a fronteira entre o nosso mundo interior e o Mundo...Ficava à espera, numa pausa prolongada, e em duas ou três vezes que me davam para respirar e expirar, que eu dissesse alguma coisa, ...mas eu não sabia o que dizer. Atenta e expectante esperava que continuasse. E, começava a dissertar sobre o assunto, dava à história um final de afectos, de sentidos sentidos...

- Meu anjo, Apesar de todas as pessoas terem pele, como aquela menina que nasceu lá longe, um dia, há um outro tipo de pele, que não sei quantas camadas tem, que é a nossa fronteira, aquela onde vinculamos os afectos, os sentidos sentidos. Essa, é a mais importante de todas. Impermeabiliza ou não o que não gostamos e não queremos, ou o que gostamos e queremos, seja de fora para dentro ou de dentro para fora, seja do nosso mundo interior para o Mundo ou do Mundo para o nosso mundo interior. Quem não tem o corpo revestido por este tipo de pele, não tem fronteiras, logo não sente.

E, ficava calado...deixava-me naquela incógnita imensa a pensar o que quereria dizer com aquelas palavras, que me pareciam tão sábias sem as entender. Demorei alguns anos.

Hoje sei, porque Sinto...na pele.


1º Aniversário

Prémio Dardos 



Este prémio  foi um presente dado pelo Quicas, um dos meus seguidores e por quem tenho a maior estima e apreço. Obrigado, pelas muitas palavras que deixou no meu blog tantas vezes. Um beijo.
http://euquicas.blogspot.com/

Como contrapartida deste prémio, como devem saber, é com muito gosto que, mais uma vez, transcrevo os seus fundamentos e regras: 

«O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras.

Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web».

Estas são as "regras" (acho que não há penalização para os eventuais incumpridores...!):

- Exibir a imagem do Selo no Blog
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação
- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar a indicação e avisá-los.

De seguida, partilho-o com todos os meus amigos e leitores destacando, hoje, entre eles, os seguintes, sem qualquer ordem de preferência, pois todos me merecem igual distinção: