Por vezes, julgo que me deixei lá atrás...e segui caminho...
Olho para trás várias vezes, na esperança de encontrar-me de novo. Mas a distância a que assisto sentada na praia, presa a um ponto, manda-me andar no sentido inverso ao que deixei...que não sei o que foi, nem sei definir por palavras, apenas sentir com os sentidos...A sensação não é tranquila, é de perca, de subtracção... Seria, eventualmente dramático se, quando olhasse em frente, não sentisse a esperança de vir a encontrar alguém muito melhor...num estado diferente e mais elevado na escala, escala por mim encontrada para justificar a forma de cada um de nós, em cada momento da vida...( ... designo-os por patamares, planos ou camadas).
Umas vezes, sou ainda um bocadinho da que ficou lá atrás, outras, a que continua andar no sentido contrário, determinada, e, outras ainda, sou a que permanece sentada no meio, entre a distância percorrida entre as duas, com a diferença, de que não estou na mesma linha de alinhamento, estou um passo atrás, e com a distância suficiente para no meu horizonte conseguir ver as duas, a que ficou e a que continua andar...à mesma distância.
Umas vezes, sou ainda um bocadinho da que ficou lá atrás, outras, a que continua andar no sentido contrário, determinada, e, outras ainda, sou a que permanece sentada no meio, entre a distância percorrida entre as duas, com a diferença, de que não estou na mesma linha de alinhamento, estou um passo atrás, e com a distância suficiente para no meu horizonte conseguir ver as duas, a que ficou e a que continua andar...à mesma distância.
Não sei para onde vai a da direita, mas vai tenho a certeza, que não consegue parar...Quase a perco de vista...A da esquerda, está parada num ponto à esquerda, desta linha imaginária que estabeleci entre as elas. Não percebo qualquer movimento da parte dela, cristalizou por ali...mas, percebo que vai ficando cada vez mais pequenina, diminuta, à medida que a que está à minha direita se movimenta... e eu que estou no centro, entre a distância entre uma e outra, me desloco obrigatoriamente, corrigindo o centro e mudando de lugar a cada passo percorrido pela da direita...
Estou de costas para mim própria, - eu, que escrevo....sentada de pernas cruzadas, na praia, "fixa" a um ponto da terra, ao centro da linha imaginária que estabeleci....Mas se me colocar de frente para mim mesma, - eu, que escrevo, ou, sem me soltar daquele ponto, no centro, e, me virar de frente para mim, ou ainda, ...se deslocar o objecto, onde todas as personagens se encontram... tudo se altera...
À minha esquerda agora tenho aquela que anda sem parar e à minha direita tenho a que permanece estática... só eu, continuo-o a mesma, não perdi as minhas características, permaneço ao meio, no meio das duas, no meio da linha imaginária que define a distância entre uma e outra...e, continuarei a deslocar-me e a corrigir o meio, o centro, a cada passo percorrido pela determinação da que se encontra à esquerda...
Confundo-me...Confundo-as...Confundo todas as personagens que vivenciam na minha imaginação este relato, com tantas voltas que dou...numa espiral devassa de movimentar personagens como se fossem bonecos, tiro e coloco no lugar que me apetece, faço-as rodopiar, sobre mim, sobre elas próprias, sobre o objecto, sobre o plano e estabeleço as linhas imaginárias que me apetece até obter um raciocínio lógico. Tenho até dificuldade em dizer onde me encontro! já não sei! ...mas não preciso. Ninguém pergunta...e, se alguém se atrever, posso sempre responder, ...lá, do lugar de uma das quatro...que sou eu...por qualquer uma...
Durmo, acordo e brinco no Labirinto do Sol, com o jogo que inventei...Brinco comigo, não com alguém...um jogo que serve para me ler de outros planos, de outros prismas...e me mostrar, a mim, como somos multifacetados...