Aconteceu há alguns anos atrás, quando Alice comprou uma casa nova. E apenas numa parede da sala consentiu que o vermelho se instalasse.
- Até aí, jamais nos meus haveres, dei oportunidade ao vermelho para se juntar às outras cores e colorir, combinar ou enfeitar o quer que fosse que fizesse parte de mim…
....Nas diferentes culturas e na psicologia das cores, o Vermelho sempre foi sinónimo de paixão, força, energia, amor e alegria (China), mas também de liderança, masculinidade, perigo, fogo, raiva e revolução.
Alice sabia, que qualquer cor descendia da existência de luz e que sem ela, tudo seria eternamente negro. Tinha consciência em presença desta Cor, que a temperatura transmitida dependia da iluminação, natural ou artificial, que recebia.
- Quis quebrar todo aquele branco hospitalar e o reflexo causado pelo Sol, quando entrava casa adentro, ofuscava-me e deixava-me cega. O espaço, já de si grande, em branco era maior…
Ela, não sabia descodificar a pormenor o enigma sobre o branco, mas sabia que resultava visualmente para a espécie humana da sobreposição de todas as cores. Sabia também, que no espectro visível, todas as cores estão compreendidas entre o azul o violeta e o vermelho.
Lembrava-se, que algumas vezes olhando para o céu, na presença de luz, emergia o arco-íris… tinha a noção do espaço ocupado por cada cor e do nascimento de outra quando duas se fundiam… sabia, …que as cores expressam sentimentos e sensações e que criam e transformam atmosferas.
- Assim, depois de ser minha, mudei-lhe a cor. Mandei pinta-la, toda de bege e findo o pequeno corredor, aparece a sala com uma enorme parede do lado esquerdo, que escolhi pintar de vermelho. O vermelho que escolhi, não foi um vermelho qualquer. Chama-se, Vermelho Imperial.
- A preocupação principal era tornar a minha casa mais quente e consegui. A minha casa era agora muito mais acolhedora.
… Alice, acolhida por aquelas cores Verões e Invernos seguidos, sentava-se no sofá de pele castanho e através da vidraça da varanda, via um mar azul enorme, contrastante… e perdia-se em pensamentos.
Até aqui, nunca tinha permitido que o vermelho fizesse sequer parte do seu imaginário e por isso nunca lhe tinha dado qualquer oportunidade. Não tinha qualquer fascínio por carros, malas, sapatos ou peças de roupa daquela cor... como a moda exibiu algumas vezes. A sua mãe adorava esta cor...
Durante todos estes anos, Alice aprendeu a conviver com ele. Consignado àquela parede, deixava-o apenas misturar-se em pequenos apontamentos, ao castanho de preferência escuro e ao bege dominante, que contrapunha sempre que ele queria protagonizar qualquer história, qualquer combinação ou qualquer harmonia no espaço.
- Quando o Sol e o calor aparecem, dou-lhe outras oportunidades, é verdade. Visto-o algumas vezes, metamorfoseado em peça de roupa, preferencialmente em vestido… mas sozinho... sem ter a companhia de qualquer outra cor... apenas combinado com a cor da pele.
- Não sei se ele gosta de andar sozinho… mas isso basta-lhe... a ele! … e a mim!
Alice tem por hábito dizer, ainda hoje, apesar de cada vez menos, que jamais será, alguma vez… the woman in red.
Assinado
Alice Blue
todas temos ( uma Alice)dentro de nos.
ResponderEliminarDigo eu...
Continua bjs
Como dizes que por aqui se toma bom café, não resisti, e passei novamente…sentei-me comodamente no sofá ,e deparo com a “Alice”, voei com ela em direcção ao arco íris…mas acordei …as cores inspiram-nos…a escrever…imaginar…e quiçá ,tornar tudo tão real!
ResponderEliminarBeijo
M.D.S.
Almerum, ler-te tornou-se um vício salutar…assim como quem desfruta de um livro infinito!
ResponderEliminarBj*
Vitor, obrigado por me leres.
ResponderEliminarbj para ti, paula e filhota.
Cristina da Mata,... alices, marias, lauras e por aí adiante.
ResponderEliminarbjocas amiga
Voltei…para o cafezinho da manhã. Reli o texto,”interpretei”novamente a história. É incrível que fiquei novamente com a sensação estar perante um autor, qual Lobo Antunes, de que gosto muito, tal a forma como estrutas as frases, e dás ênfase ao conteúdo das mesmas…não haverá por aí uma “basezinha”de cultura literária, em tempo indos, ou actuais? Apenas fiquei confuso com a forma como mudas as cores do texto.Vermelho, depois nem sei bem que cor era, e agora branco. Gostas que assim seja, não é? Mais curioso ainda! Assinas “Alice Blue”.És mesmo fã de cores.
ResponderEliminarBeijo
M.D.S.
Claro que é "estruturas"...e não "estrutas".
ResponderEliminare..."(de) estar perante um ..."!
Ainda não tinha tomado o café...e pela mudança repentina das cores. lol
M.D.S.
+ Bj*
Cara Blue... nisto das cores fixei a ideia numa assumida aversão ao amarelo, e num vestido de folhos que, pelos vistos, não chegou a ver a cor do sol!... the woman in yellow, quiçá num verão próximo, num daqueles almoços em que, mais do que o estomâgo, se alimenta a alma.
ResponderEliminarAqui estou mana, como "uns e outros" rendida aos jacks, às lauras, às marias e a tantos mais. Estórias (sem h sim) que li de enfiada. Sabia que ia gostar, não sabia que me ia enternecer tanto.
Penso no que aquela "casa com adro" tem dentro... mas sei que há coisas que nem vale a pena pensar. Gosto muito de ti amiga, até amanhã.
Ha, já agora, "Daaasss".
Senão fosse a tua conversa, não saberia quem eras, como anónima ou é assim que queres ficar, gostas da clandestinidade!!!!???LOL fazes-me rir.
ResponderEliminarObrigado por finalmente apareceres, fico feliz. beijocas H.P.
Clandestinidade é comigo. Mas não, só me esqueci.
ResponderEliminarBoma dia alfa do arco-íris.
P.H. ou H.P.
Olá linda Alice...k sejas blue!
ResponderEliminarK sejas blue, k sejas a cor k nos faça transportar e transformar, k nos faça sentir fundamentalmente libertos pela leitura, pela sensação de estar entre linhas nas tuas palavras.
A cor..Áaa a cor, essa estrutura de pigmentos k faz o ser sonhar, pular e avançar, seja na vida ou num espaço qualquer, porque, ela a cor, nos faz ver personalidades...desejos sentidos de vida ou não...gosto de todas, mas tenho um carinho especial pelo preto sólido e pelo branco leve...contrastes da qual faço parte.
De ti tenho a lembrança de um ultimo momento no qual recordei um primeiro e juro k não foi azul...foi mesmo a liberdade do branco, porque se houvesse cor nesse primeiro momento nessa primeira sensação foi de um branco, puro e emaculado...afinal eras criança e de criança te fizeste Blue...
Recordo-te sim!
Por entre espaços te revejo...te sinto!
Escorrego pelas tuas palavras como gato preguiçoso e deixo-me levar pelo ócio de quem aprende no aparente nada k escreves...
Kero voltar...vou voltar a ti e á tua expressividade!
Espera-me num qualquer tempo
Num qualquer momento, pintado de Preto e Branco e a partir de agora com uma pincelada de Azul!
Bj com sentido.
Carlos, bem vindo ao meu blog.
ResponderEliminarFico contente por teres aparecido, espero que esteja tudo bem.
Adorei ver as tuas fotos dos Pizolizo, ainda me lembro de ti com aqueles óculos e o cabelo comprido. Ainda ouvi, recordei umas musiquinhas vossas.
Diz à tua filhota mais velha para passar por aqui, ou que use o meu mail, para falar um pouco com ela. Como vai?
Beijos para todos. Aparece, já sabes que estou aqui. Um dia destes mando-te umas fotos que tenho.
De facto a foto do meu post ficava bem por aqui! Óptimo texto!
ResponderEliminarCarlos Lopes: Peço desculpa só agora te responder, não o fiz, porque me faltava aqui uma ligação qualquer, que me informasse que por aqui tinhas passado...de qualquer modo, hoje andava a passear pela minha própria casa e vi o teu comentário neste post...de facto a foto que tens no teu blog é de facto muito bonita e teria dado outra cor ao meu texto. Mas,é tua, foi colocada por ti....bjs Obg. na mesma, pela lembrança.
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