Foi na mesma praia onde um dia encontrei um golfinho moribundo, onde hoje vim parar…
Era madrugada, estava frio, não se via ninguém na rua…comecei a vê-lo ao longe, fiquei confusa...
Onda vai…e algo cinzento se misturava com o azul do mar, e ia….onda vem, e o mesmo cinzento misturado com o azul do mar, vinha,…Conforme ia ficando mais perto, ia percebendo que era um peixe, um peixe de grandes dimensões, mas longe de imaginar que era o animal marinho que eu mais gostava…um golfinho cinzento...
Pousada no muro, sem saber o que fazer, olhava-o fixamente... procurei indícios de sinais de vida…, mas rapidamente percebi que não existiam… rolava ao sabor das ondas, ora mar a dentro, ora contra a areia,…Entristeci…desci ao areal…
… Foi nesta mesma praia de céu golfinho, que rompeu uma nesga de sol por cima de mim…e ao mesmo tempo rompeu também em mim uma enorme vontade de gritar…Foi o que fiz…De costas viradas para o mundo, mas de frente para ele Mar… que enorme e imponente, se impunha à minha frente, como se me desafiasse… Gritei de Raiva.
- QUE MAR É ESTE, QUE ME ACOMPANHA!
- QUE MAR É ESTE, QUE ME ABANDONA?
E levantado a cabeça e olhando para o céu, num tom caloroso, disse:
- E que Sol é este que me acalma a dor e me ampara as lágrimas?
- E que Vida é esta que me faz tomar conta de todos menos de mim…
(e, em tom brando e doce, voltei os olhos de novo para o mar e sussurrei)
- E que mar és tu que choras comigo, a cada onda sem parar, numa agonia sofrida? ...Chorarás tu pela Vida?...
(voltei a falar mais alto)
(voltei a falar mais alto)
- Que mar é este que na imensidão do seu som, ensurdece quem o ouve no Inverno? Porque chora ele também desta maneira sem parar? Porque deixa o mar, que alguém o faça chorar?
Toda esta água são lágrimas?...Perguntei-lhe!
....
Esta gaivota vivida, vivia há muito por aqui, conhecia este mar como a palma da sua pata. E ele sabia bem, que a paixão dela eram os golfinhos…
Sortuda...por teres o mar como companhia...inspira-te!
ResponderEliminarBj*
Yo pienso que el mar es tu desconzuelo y tu desahogo y la inmensidad te da placer !!!!
ResponderEliminarAbrazos de Elsa !
Andava por aqui nestas águas, como sempre, quando ao ler a história da tua experiencia com um golfinho, esse ser maravilhoso e, foi transportada para uma das muitas minhas viagens, em que tive uma experiencia inesquecível que nunca irei esquecer.Não lidei com a morte.Numa das minhas excursões que fiz,quando fui a Cuba,tínhamos um dia,uma viagem em catamaram em pleno alto mar para ver golfinhos.E fomos, qual é o nosso espanto quando chegamos a um certo sítio vamos para cima de uma plataforma de madeira, formam-se pequenos grupos e mandam-nos ir com calma,para dentro de água aonde se encontravam quatro golfinhos.Palavras não encontro para descrever o que senti, nunca irei esquecer tamanha façanha.Ao princípio senti medo, mas a pouco uma tranquilidade foi-se apoderando de mim, aqueles quatro seres nadavam à nossa volta, os focinhos tocavam nas nossas caras,e nós com ordens dos seus tratadores podíamos fazer-lhe festas,ainda hoje não consigo explicar aquela sensação maravilhosa de ao passar a mão,por aquele corpo escorregadio.FOI MARAVILHOSO,AQUELES SERES COM TANTA ALEGRIA,E VIDA E SUPER LINDOS.
ResponderEliminarPartilhar tanto mar!
ResponderEliminartanto mar
tanta raiva
tanto amor
tanto do contrário
tanto dá k não dá
tanta companhia
tanto abandono
Se sinto...sinto
Se não sinto
Porra não sinto
Vi...sei k vi
mas será k vi?
Amor
Amor onde?
Terás k pagar
Onda
Golfinho
Mar
Amar
Porque
tive um dia mau
porque
porque
tive um dia mau
Mas...
vem um dia bom
e volto a ver golfinhos
e volto a acreditar...
Bjs
Olá, Alfa!
ResponderEliminarFiquei cheia de vontade de ter a sua capacidade (e oportunidade) de gritar. Percebi que ando há mais de dois anos contida. Moro longe da praia, mas não tão longe que se torne impossível pegar no carro sozinha, num dos próximos dias, e rolar até um dos locais mais libertadores da natureza...
Obrigada pela dica; pena pela falta de vida do golfinho, animal que também adoro.
Um beijo
Ana Paula:) Ainda não perdi a esperança de realizar uma ter uma experiência dessas que de certeza que nos transporta para um mundo que não é o nosso mas de que nos sentimos tão próximos sem saber porquê. Fascina-me, sinceramente.A história foi triste, trágica e inesperada, desci à praia sozinha, toquei-lhe, entristeci, chamei a polícia marítima,chamaram a junta os funcionários da junta de freguesia, chegaram pessoas para ver e da forma mais nua e crua removeram-no dali numa carrinha de caixa aberta a caminho de um qualquer aterro sanitário, foi...(no comments)
ResponderEliminarGuida:)Guida, de vez em qd precisamos GRITAR mesmo ao mundo, para não gritar com aqueles que nos amam, pq esses amam-nos. Então, procurar um sítio, deserto e gritar, dar 2 ou 3 gritos valentes faz-nos falta e faz-nos bem...a seguir choramos de alívio e aguentamos tudo de novo pela frente. Por muitas vezes não fazermos este exercício tão simples acabamos a gritar com quem amamos, com quem trabalhamos, etc.Bjs Por favor GRITE.
Pizolizo:)Também tu, encontraste uma forma de falar mais alto, através da tua escrita. Muito bom. Bjs