Maria do Mar viajava por águas, ora doces ora salgadas, mas sempre indiferente à densidade de massa liquida que a embalava.
Adora passear à superfície ou nas profundezas dos oceanos, dos mares, dos rios e dos lagos,... desconhecendo os limites,,,, é-lhe indiferente. Para ela tudo é água e isso basta-lhe... Muitas vezes é surpreendida pelas correntes, tropeça em agueiros, e pára a ver os peixes prateados ou dourados que vivem mergulhados e que desfazem passos de dança pelo meio dos arenques e corais, de forma ondulante. Tem uma estrela no céu que a protege e por quem gosta de ser protegida...
Adora passear à superfície ou nas profundezas dos oceanos, dos mares, dos rios e dos lagos,... desconhecendo os limites,,,, é-lhe indiferente. Para ela tudo é água e isso basta-lhe... Muitas vezes é surpreendida pelas correntes, tropeça em agueiros, e pára a ver os peixes prateados ou dourados que vivem mergulhados e que desfazem passos de dança pelo meio dos arenques e corais, de forma ondulante. Tem uma estrela no céu que a protege e por quem gosta de ser protegida...
Dizem que procura no mar, o que até agora não encontrou no Céu, nem na Terra. Nós não sabemos exactamente o quê, ela nunca contou a ninguém. Maria é suave e, de palavras mansas, por isso por onde passa, os anjos dizem, na pouca unanimidade das opiniões, que deixa rasto.....................................................................................................................................................................
Neste mesmo mundo onde tudo acontece, tanto à tona como lá no fundo dos homens, vivem outros intérpretes que habitam histórias.
João Sem Terra, que vive de cabeça na Lua. Viaja por entre nuvens, pedaços de sol e de chuva, aqui e ali, onde a vida também se faz. Tem duas estrelas perto de si a quem protege e outras vezes, a quem pede protecção, nunca lhes faltam, nunca lhes falta.
Segura com todos os dedos das duas mãos, mapas, paisagens, recantos, cores, cheiros e bocados de mundo que recolhe e leva consigo dentro da sacola, para depois multiplicar e distribuir, com alma a toda a gente por onde passa. As lembranças que trás consigo, servem muitas vezes para o aquecer nos momentos mais frios da sua história.
Nunca, ninguém sabe, onde vai parar na próxima viagem, nem ele mesmo,... mas não se importa, gosta de ter a alma solta e errante, alma sua onde se aninha de vez em quando para reflectir e questionar as coisas da terra e do mar.
João é bravo e de palavras fortes, de quem dizem os anjos, na pouca unanimidade das opiniões, que também deixa rasto....................................................................................................................................
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Não se conhecem.
Nem Maria, nem João. Nunca se encontraram. Apenas os seus rastos se cruzam, por vezes, para lá deste e de outros universos.
Mas eu,
que vigio as almas, que vivo no meio de tudo e de todas as coisas, que tenho asas e que me alimento de livros... que vivo entre uns e outros, sem que me vejam, atrever-me-ia a afirmar que um dia se vão tocar... e vocês, que ainda não conseguem alcançar o que vejo e o que sinto, vão perceber quando Maria do Mar se tornar, Maria Sem Terra e João Sem Terra, se tornar João do Mar.
O mundo está em suspenso neste interlúdio, e nesse dia a Terra irá parar de rodar.
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As aves não cantam mais, as flores estão à espera de autorização divina para desabrochar, o galo permanece de boca a aberta à espera que o som lhe saia garganta fora, as guerras pararam e deram tréguas aos homens, o vento não sopra, o relógio ganha tempo, as roupas criaram bolor dentro dos roupeiros, a noite não se atreverá a cair sem que receba o sinal, as portas fecharam-se todas ao mesmo tempo na esperança de se abrirem de par em par no momento mais esperado, ...mas ninguém nota.
A vida de todas as gentes, continua a fazer-se de forma rotineira, sem que ninguém se aperceba que repete momentos iguais.
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As aves não cantam mais, as flores estão à espera de autorização divina para desabrochar, o galo permanece de boca a aberta à espera que o som lhe saia garganta fora, as guerras pararam e deram tréguas aos homens, o vento não sopra, o relógio ganha tempo, as roupas criaram bolor dentro dos roupeiros, a noite não se atreverá a cair sem que receba o sinal, as portas fecharam-se todas ao mesmo tempo na esperança de se abrirem de par em par no momento mais esperado, ...mas ninguém nota.
A vida de todas as gentes, continua a fazer-se de forma rotineira, sem que ninguém se aperceba que repete momentos iguais.
Um dia, pelo culminar dos dois rastos, o mundo vai encher-se de estrelas brilhantes semeadas por toda a parte, a Lua virá à rua porque faz tempo que se fechou dentro do Céu, os sorrisos vão colar-se no rosto de todos os homens e mulheres que hoje vagueiam de um lado para o outro sem saber o seu destino, e em fila, cada um, encontrará o caminho certo a seguir, onde a esperança espera por eles. A solidão e a tristeza serão banidas, para sempre, da alma das gentes. A Terra encher-se-á de luz, de uma luz branca e brilhante que iluminará corpos, por dentro e por fora. A euforia das almas vão almejar uma festa lá em cima e os corpos que lhes pertencem e que por ora vagueiam lá em baixo, vão fundir-se nelas. Será um mundo diferente, um nascimento de um Mundo Novo, quando toda a gente acordar.
Maria do Mar e João Sem Terra serão amigos e vão dividir segredos e sonhos...
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