O céu desaba...chove muito...chove bastante...
o céu está carregado, as nuvens são densas ...
De tal modo, que olhando para elas percebo que vão precisar de muito tempo para ficar aliviadas, mais leves, mais sorridentes...
Faz algum tempo que as sentia pesadas,
cheias,
a transbordar...
Mas não haviam meio de rebentar.
Passeavam por cima da minha cabeça,
de lá para cá e de cá para lá, impacientavam-se...
sem saber que destino tomar,
confusas, confundidas engoliam um pouco mais
e tornavam-se ainda mais cinzentas,
como se não bastasse, o meu amigo vento apareceu
vinha forte, cheio de força
soprava igualmente zangado
por cima de mim...
Uivava alto, sem misericórdia
empurrava as nuvens umas contra as outras
como se as quisesse espremer
até que gritassem,
gritassem alto,
,,,mas fui eu que acabei por gritar
PAREM, PAREM QUE ME ESTÃO A MAGOAR!
Dizia eu, cá de baixo quase esmagada por elas.
Sem dó, sem piedade ou qualquer tipo de compaixão
nenhum me ouviu...
Percebi em poucos instantes, que precisavam desabar em cima de qualquer cabeça,
não interessava qual...e, porque não na minha!
Teimava e revolvia as minhas ideias em turbilhão e perguntava-me, porque me tinham escolhido?
Não entendia...
com tantas cabeças por aí, e algumas delas, responsáveis certamente, por toda a agonia sentida pelas nuvens e a raiva espelhada no rosto do vento, porque seria a mim que pretendiam esmagar????!!!!
Enquanto me questionava...
em poucos minutos, o vento e as nuvens comprimiam-me contra o chão,
a chuva forte, que não deixava ver nada através de si,
apagava o rasto e tornava-se cúmplice...
Começou a trovejar... ninguém me ouvia gritar
e depois de esmagada, sucumbi...
as Nuvens e o Vento, ficaram aliviados...finalmente.
As Nuvens tinham agora outra cor, mais brancas e mais leves,
o Vento tinha ido embora à sua vida...
Continuara magoado e desconfiado...abrandando a ira momentânea...
As nuvens confundidas e aliviadas, sem rumo, partilhavam o céu, à deriva...
E eu...eu, abracei a vida de novo, num outro estado...entristecida, porque eles quase, que eram meus amigos...
Ana,fantástico texto metafórico de quem se sente magoada e,entresticida por uma tempestade que não semeiou...em que parece que todos os deuses estão zangados...mas ainda vai havendo gente amiga,por perto,já que os Deuses nem sempre se zangam com todos...pois ele entende!
ResponderEliminarBj*
de acuerdo con vitor. un gusto saludarla.
ResponderEliminarLinda maneira de contar essa tempestade!
ResponderEliminar***
Feliz fim de semana*******
Depois da tempestade, a bonança... espero! Curiosa forma de descrever os humores da natureza!
ResponderEliminarBeijinho
Ana: Linda a tua forma de contares essa tempestade, mas fica calma que depois da tempestade vem a bonança que traz um sol radiante,
ResponderEliminarbeijos
Santa Cruz
A vida colocada em versos fica linda. ate as partes tristes.
ResponderEliminarbjs
Insana